Segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população está em trajetória de envelhecimento e até 2060, o percentual de pessoas com mais de 65 anos passará dos atuais 9,2% para 25,5%. Inspirados por este cenário, estudantes da Universidade Federal do Paraná, participantes da edição de 2018 do AWC, programa de empreendedorismo universitário do Instituto TIM, estão desenvolvendo startup com foco na saúde e na segurança de idosos. Pensando nesse nicho como oportunidade de negócio, a equipe do Smart Aging está criando um dispositivo wearable, para monitoramento remoto de idosos, capaz de detectar situações como quedas e anomalias cardíacas, enviando alertas para o próprio idoso, familiares e médicos.
“Em busca de um tema de TCC com tecnologias disruptivas e impacto social, nos deparamos com a dificuldade de um amigo com um familiar idoso. Foi aí que surgiu o insight. Estudando o crescimento dessa população e seu relacionamento com as novas tecnologias, decidimos desenvolver algo focado em melhorar a experiência de comunicação do idoso com seus familiares e entes queridos”, explicam os irmãos gêmeos e criadores do Smart Aging, Matheus Augusto Silva e Lucas Henrique Silva.
O dispositivo é uma pulseira dotada de sensores que se comunica via wireless com o aplicativo no smartphone do idoso, gerando relatórios e alertas que são disponibilizados via aplicativo para cadastrados. A solução permite ainda ao idoso cadastrar lembretes para a hora certa de tomar medicamentos e compromissos da sua rotina. Durante a pesquisa para o desenvolvimento do projeto, Matheus e Lucas se aprofundaram nesse mercado e conduziram um estudo de segmentação, com o intuito de minimizar riscos. O mercado de saúde é muito amplo e a tecnologia vêm colaborando cada vez mais para o desenvolvimento de iniciativas inovadoras dentro desse nicho.
“As novas tecnologias - como sensores, inteligência artificial e plataformas digitais - oferecem muitos horizontes para a saúde. O mercado já chama atenção das gigantes Amazon, Google e Apple, pois existe muita fronteira a ser explorada usando diversas expertises. O mercado nacional ainda é pouco modernizado, porém temos visto algumas tecnologias interessantes surgindo, oferecendo perspectivas de melhoria em processos, em equipamentos hospitalares, em cuidados domiciliares e muito mais. Há muito a ser explorado e jovens com boas tecnologias podem fazer toda a diferença”, conta Artur Vilas Boas, Coordenador do Processo de Aceleração do AWC
O Academic Working Capital é voltado aos estudantes em fase final de graduação que possuem seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), com soluções tecnológicas ou de inovação. Os universitários recebem acompanhamento, orientação de negócios e recursos financeiros para transformar sua ideia em um produto ou negócio. No fim do ano, eles participam de uma Feira de Investimentos e podem apresentar suas soluções para profissionais do mercado e investidores. Em suas três primeiras edições, o AWC já apoiou o desenvolvimento de cerca de 80 projetos. Este ano, o AWC conta com 32 grupos, sendo 86 alunos de faculdades de oito estados brasileiros (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Bahia).