A ONG “Bee Or Not To Be”, criada como resultado de uma grande campanha nacional para a proteção das abelhas lançada em 2013, realizou no último dia 22 de fevereiro, em Ribeirão Preto, onde está sediada, sua assembleia geral. Na reunião, os participantes aprovaram o ingresso de novos associados, fizeram um balanço das atividades e das contas da entidade em 2018 e discutiram as atividades planejadas para 2019.
Entre as realizações do ano passado, destaque para os resultados obtidos através da parceria com as secretarias de Educação e do Meio Ambiente de Ribeirão Preto, o que permitiu uma série de ações educativas a respeito das abelhas e do meio ambiente. Entre elas, o exitoso projeto piloto que promoveu a capacitação de 97 professores e coordenadores de 27 escolas da rede pública municipal; e a realização de feiras e visitas, bem como a aplicação em sala de aula do Caderno de Atividades “Sem Abelha, Sem Alimento” com conteúdo didático sobre as abelhas e sua importância para o meio ambiente, e que fundamentou conhecimentos sobre educação ambiental para cerca de 1.940 alunos do ensino fundamental.
Na parte de comunicação, a Bee or not to be promoveu uma ampla divulgação pelas redes sociais de mensagens e conteúdos relevantes relacionados ao meio ambiente e à vida dos maiores polinizadores do planeta. Algumas destas ações, como a de divulgação do Dia Mundial da Abelha, em 20 de maio, alcançaram mais de 360 mil pessoas.
Vale reforçar que o caderno de atividade, também nas versões inglês e espanhol, foi disponibilizado através de download para milhares de alunos e escolas pelo Brasil, e também para interessados no exterior. Já o aplicativo Bee Alert criado pela ONG para documentar e geolocalizar a mortandade de abelhas, coletou informações sobre mortes massivas constatadas em apiários de todo o país em 2018 e ajudou a mapear o problema crescente e preocupante para toda a sociedade. Neste sentido, uma tese de doutorado em toxicologia defendida na UFERSA em 2018, com base nos registros do aplicativo de 240 ocorrências e morte de quase 1 bilhão de abelhas, representou um forte alerta sobre os graves efeitos do uso indiscriminado de agrotóxicos para as abelhas.
Para 2019, o “Bee or not to be” vai atuar em diferentes frentes nos âmbitos administrativos, de educação ambiental (com a 2ª versão ampliada do Projeto Educacional na cidade de Ribeirão Preto), de proteção às abelhas, de comunicação e de participação em eventos, e em projetos de parceria e representação, como o “Empresa amiga das abelhas”, e o “Cidade amiga das abelhas”. “São diversas ações que têm como diretrizes gerais promover o crescimento sustentável da associação, ampliar sua representatividade e buscar o protagonismo nas atividades relacionadas ao universo das abelhas, bem como estruturar projetos para implementá-los em diversas regiões do país, profissionalizar a gestão, ampliar a base de associados e levar à sociedade o conhecimento sobre a importância de nossas abelhas, os mais importantes polinizadores da natureza”, afirma o Prof. Lionel Segui Gonçalves, especialista em genética de abelhas, da USP-RP e UFERSA/RN, e presidente da ONG Bee or not to be.