17/06/21
Num tempo de imprevisibilidade e mais incertezas do que previsões razoáveis, o que o jovem brasileiro pode vislumbrar e como se preparar para o seu futuro profissional? O que os especialistas podem nos mostrar sobre o futuro do trabalho e que áreas inevitavelmente ganharão ainda mais expressão no pós-Covid-19? Num breve relance, eu olho para algumas décadas atrás e lá estava eu, um jovem estudante de 19 anos que ainda não sabia muito bem o que fazer da minha vida profissional, mas buscando o meu “lugar ao sol”.
No entanto, o mundo era outro, profissionais permaneciam por décadas numa única empresa, ingressavam e às vezes até se aposentavam no mesmo lugar. Inspirado pelo meu saudoso pai, consegui ingressar num segmento muito promissor e fiz uma longa carreira em três multinacionais farmacêuticas na área comercial e liderando pessoas. As profissões eram poucas, algumas áreas tradicionais como administração, direito, medicina, psicologia, engenharias, contábeis, entre outras, foram sendo somadas a áreas que estão surgindo e atendendo ao ritmo acelerado das mudanças no século XXI. E agora, o que dizer desse tempo chamado pós-Covid-19?
O livro “O mundo pós-pandemia”, organizado por José Roberto de Castro Neves, reúne ensaios com reflexões sobre o futuro em diversas áreas da comunidade global. O mais óbvio é que é impossível cravar como será o mundo após a pandemia. Segundo a obra, o próprio surgimento da nova doença mostrou à sociedade a dificuldade em manter certezas inabaláveis. Todos os participantes se voltam para a história para entender como pode ser o futuro, que sofre mudanças. Como disse, não existe um gabarito do que acontecerá, existem muitas possibilidades.
Fala-se muito nas oportunidades e algumas situações descortinadas. Talvez a própria pandemia nos ensine e explique muito acerca de tendências que irão requerer profissionais voltados para uma atuação colaborativa, humanizada e, mais do que nunca, dirigida por propósitos ainda mais sustentáveis. Falando de Covid-19, o mundo agora se volta para a distribuição da vacina. Já temos uma importante questão aqui: como foi possível uma vacina ser sintetizada e disponibilizada para o uso humano em tão pouco tempo? Por trás de toda a urgência justificada pelo alto potencial de disseminação, contaminação e letalidade, lembremos que as grandes farmacêuticas alimentadas por tecnologia de ponta contribuíram significativamente para esse “milagre” da medicina.
E o que dizer do mercado de e-commerce, das plataformas digitais, das inúmeras empresas de tecnologia que surgiram com soluções para o mundo em crise? Antes mesmo dos impactos causados pela pandemia da Covid-19, a chamada transformação digital já era uma das prioridades de diversas empresas. Segundo pesquisa da consultoria McKinsey & Company, para 92% dos líderes corporativos entrevistados, o modelo de negócio das organizações em que trabalham não sobreviveria à chegada das novas tecnologias caso não se adaptassem. Muitas dessas transformações devem permanecer mesmo no pós-pandemia. A imprevisibilidade nos mostra que a área de tecnologia como profissão é uma tendência sem medo de errar.
A saúde é outro setor em alta em tempos de pandemia. Neste cenário, o BTG Pactual realizou um estudo apontando as novas tendências em diversos setores da economia. E saúde ficou em segundo lugar. O distanciamento social resultou em uma série de mudanças no comportamento e consumo dos brasileiros em relação ao bem-estar físico e mental. As pessoas estão mais preocupadas com prevenção, querem se cuidar de maneira a buscar mais qualidade de vida do que apenas estética. Ou seja, prevenção e tratamento agora andarão juntas nas áreas de saúde. As áreas de biomedicina, fisioterapia, farmácia, psicologia, nutrição, medicina e outras são apenas alguns exemplos de certeza na incerteza em termos de profissão.
E o que falar do impacto econômico que encontramos em todas as crises mundiais? Não seria diferente na maior crise enfrentada na história. O sistema financeiro global tem um futuro desafiador pela frente e por isso é importante entender o cenário, ajudar e se programar para o futuro. A sociedade e as empresas estão sujeitas a variáveis cada vez mais imprevisíveis e o impacto nas finanças é inevitável. Todas as nações estão trabalhando para evitar um caos na saúde pública mundial, batalhando para cuidar da sua população e, em meio a tudo isso, tentam evitar um grande colapso econômico. As empresas necessitam de um melhor planejamento das suas finanças. Por isso, os especialistas em gestão financeira também estão e permanecerão em alta.
Concluindo, em meio a tantas reflexões e evidências, não há dúvidas de que as áreas de tecnologia, gestão financeira e saúde só tendem a crescer. Meu jovem, é hora de olhar para o futuro com esperança. Eu acredito nessa geração que busca uma oportunidade não apenas para ser bem-sucedido profissional ou financeiramente, mas que quer ser um agente de transformação nos muitos desafios que o planeta enfrentará de agora em diante.
Fábio Batista - Professor da Estácio, especialista em Gestão Estratégica de Negócios e Desenvolvimento Humano
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