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14/12/21

Gerontóloga da Bem te quero 60+ esclarece mitos e verdades sobre o envelhecimento

Você sabe o que é gerontologia ou quem é o gerontólogo? A gerontologia gere a atenção integral ao envelhecimento ao estudar aspectos biológicos, psicológicos e sociais da velhice. É o profissional que se especializa em acompanhar atentamente o amadurecer em sua forma plena.

Bianca Ferreira é gerontóloga da Bem te quero 60+, plataforma pioneira em conectar profissionais especializados ao público maduro e oferecer orientações sobre envelhecimento ativo, e compartilha esclarecimentos para as principais dúvidas sobre longevidade, tais como a importância de atividades físicas e sociais, suplementos alimentares, perda de memória e paladar, além de outros tópicos fundamentais.

Existem diversos “mitos e verdades” sobre o envelhecimento, muitos fundamentados em estereótipos ultrapassados. Há também alterações que são frequentemente associadas ao amadurecimento, entretanto não devem ser consideradas universais, ou seja, o processo ocorre de forma única para cada pessoa.

Para entender essa fase da vida e vivê-la com qualidade, a gerontóloga da Bem te quero 60+ compartilha quatro temas que fazem parte dos pilares do envelhecimento saudável:

  • A perda de memória é normal com o avançar da idade: MITO

De fato, o aumento da idade traz diversas alterações no organismo, dentre elas alterações cerebrais, porém nem sempre vão comprometer a memória. Ter esquecimentos ou apresentar perda de memória não são fatos obrigatórios do envelhecimento e nem devem ser considerados normais.

Algumas falhas podem ocorrer em função de preocupação excessiva, falta de atenção, privação de sono e dentre outros. Por isso, importante observar se os episódios de esquecimentos e as dificuldades cerebrais são recorrentes, se a resposta for sim, orienta-se procurar um médico especialista, seja ele um Psiquiatra ou Neurologista, para investigar as possíveis causas. Há diferentes métodos que visam melhorar as capacidades cerebrais. Assim como os exercícios físicos são essenciais para o fortalecimento dos nossos músculos, atividades cognitivas são necessárias para intensificar as habilidades cerebrais. Você deve estar se perguntando de que forma isso é possível? Por exemplo: aprender algo novo, seja um idioma, um instrumento musical, realizar estimulação neurocognitiva, criar estratégias compensatórias diariamente, como: lembretes, estabelecer lugares fixos para guardar as coisas e categorização de objetos.

  • Hábitos saudáveis como a prática de atividade física e alimentação saudável, podem ajudar a envelhecer melhor: VERDADE

Sabemos que toda busca por práticas rotineiras saudáveis como atividade física e consumo de alimentos saudáveis trarão reflexos positivos, dentre eles a prevenção de doenças crônicas como: hipertensão arterial, diabetes e outras doenças cardiovasculares. De acordo com estudos, o exercício físico traz inúmeros benefícios quando realizado com uma frequência adequada, principalmente para os 60+, como por exemplo: aumento de força muscular, redução do risco de quedas, aumento da mobilidade e além de prevenir doença neurodegenerativas como a doença de Alzheimer.

Vale ressaltar, que a prática sempre deve ser feita com orientação e supervisão profissional, a fim de, evitar danos e consequências negativas futuras. Este fato é válido também para questões de alimentação, uma vez que procurar por um profissional nutricionista auxiliará na tomada de decisões assertivas.

  • O paladar pode sofrer alterações com o avanço da idade: VERDADE

Com o passar do tempo, a percepção geral do gosto dos alimentos podem se alterar. Isso acontece, pois temos em nosso organismo papilas gustativas. Elas são responsáveis pelo paladar e sofrem modificações com o aumento da idade. Dessa forma, muitos perdem o apetite ou o prazer em se alimentar e devido a isso começam a adicionar maior quantidade de sal ou açúcar aos alimentos.

De acordo com estudiosos da área, caso venha a acontecer a perda do paladar, uma alternativa é optar pelo consumo de temperos naturais, além de participar ou auxiliar no preparo de suas refeições. Ressalta-se sempre a importância de procurar um profissional para orientar a melhor solução para cada caso.

  • O envelhecimento impossibilita as interações sociais: MITO

Manter as relações sociais, assim como aprender constantemente algo novo, são fundamentais para ter um estilo de vida ativo, em qualquer fase da vida. Para o público 60+, estudos comprovam que a interação social, previne o aparecimento de sintomas depressivos e ansiosos, uma vez que o engajamento social pode estimular as habilidades físicas, mentais, emocionais. Por isso, é importante manter relações não apenas com os familiares, mas expandir para além, como: os vizinhos e grupos de amigos, seja realizando atividades em conjunto, trocando experiências, participando de encontros em clubes, praças e atividades de lazer, que possam se sentir acolhidos e pertencentes, pois isso irá refletir positivamente na saúde, além aumentar a motivação e criatividade.

  • A tecnologia pode gerar qualidade de vida e prevenir a exclusão social: VERDADE

A tecnologia pode se tornar uma aliada ao envelhecimento ativo e com qualidade. Engana-se quem acredita que os maduros não aprendem novas habilidades, apesar de alguns apresentarem dificuldades com o uso da tecnologia, eles estão em constante aprendizado. Estar incluso digitalmente traz benefícios para vida dos maduros, como: aumento da independência e autonomia, estimulação das funções cognitivas, por exemplo, a memória, além de aumentar a comunicação e expandir a troca de experiências. Recursos tecnológicos têm possibilitado, além da conexão com outras pessoas, a possibilidade de procurar por informações, encontrar serviços e participar de atendimentos médicos ou com outros profissionais de forma online. Sendo assim é fundamental incentivar a inserção tecnológica e buscar formas de auxiliar os maduros a ingressar no mundo digital.

  • O trabalho ocupa um espaço importante na vida dos maduros: VERDADE

Se pararmos para refletir o trabalho representa uma das fases mais importantes e marcantes na vida de uma pessoa, pois representa engajamento, construção de identidade, criatividade, reconhecimento, realização, conquista e dentre muitos outros fatores, não sendo apenas uma fonte de renda. A aposentadoria é um marco na vida dos maduros, contudo, para muitos gera frustação, podendo até levar a pensamentos do tipo: “não sou mais produtivo”. Pensamentos como este podem repercutir em sintomas depressivos e ansiosos, levando a consequências negativas para a saúde como um todo. No entanto, para alguns a aposentadoria é assimilada de forma positiva, pois traz a possibilidade de reorganizar a vida e procurar novas atividades econômicas. Na verdade, devemos olhar com atenção e perceber oportunidades que o amadurecimento oferece, pois a longevidade traz consigo grandes capacidades produtivas, uma bagagem de conhecimento e experiência enorme que poderá contribuir para o mercado de trabalho. Assim, destaca-se aqui a importância de cuidar e se preocupar não somente com a saúde física, mas também com o intelectual, social e se preparar para as fases e construção da sua história de vida.

O envelhecimento deve ser visto a partir de uma perspectiva ampla. Sendo assim, um olhar para o todo é a base para envelhecer com saúde, qualidade de vida e bem-estar. Devemos quebrar estereótipos que permeiam o processo de envelhecer e enfrentar essa etapa da vida com leveza, naturalidade, respeito e considerá-la como uma conquista.

Na plataforma Bem te quero 60+ (www.bemtequero.com), o público maduro pode encontrar profissionais e serviços especializados em longevidade, tanto na área da saúde como também nas áreas de lazer, entretenimento, transporte e desenvolvimento pessoal, entre outras possibilidades. É uma rede de contato com profissionais e prestadores de serviços dedicados a cuidar da saúde e bem-estar de pessoas que querem continuar ativas. 

Referências:

WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. 2005.

WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. Relatório mundial de envelhecimento e saúde. Genebra: WHO, 2015.

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