05/10/21
– Não consigo ouvir seu áudio.
– A imagem não carrega.
– O steaker não aparece.
– O WhatsApp caiu?
– Caiu!
– E não só ele, mas todas as plataformas operadas pelo Facebook.
– Meu Deus! Não consigo sobreviver sem Facebook, Instagram e WhatsApp!
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Julho é um mês que sempre me traz profundas reflexões. Talvez porque eu complete mais um ano de vida. Talvez porque o Sol em Câncer mexa com as minhas “águas internas”. Talvez porque eu use tudo isso de pretexto para fazer reflexões duras e necessárias, que vez ou outra, evito.
Entre as milhares de ponderações que acontecem nas sinapses dos meus neurônios, me questiono (muito) sobre a vida a partir da conectividade. A dimensão que os celulares e as redes sociais ganham diariamente e como estamos cada dia mais dependentes desses pequenos gigantes.
Nossa vida está toda na palma de nossa mão. Desde a velha e boa agenda telefônica, calendário, câmera fotográfica, dados de saúde e treinos de academia até bancos.
Há de se prestar atenção no que é real e no que é virtual. Estamos deixando de viver os momentos para vivenciá-los através de lentes e imagens em uma timeline. Passamos a sentir as emoções por meio dos emojis. Damos o peso excessivo às redes, enquanto “há tanta vida lá fora”…
Não posso deixar de reconhecer a importância das redes sociais no mundo. Elas mudaram a dinâmica da comunicação, dos relacionamentos, das percepções e de como fazer negócio. Deram voz às pessoas. Deram força para os que não eram ouvidos. Somente o Facebook tem mais de 130 milhões de usuários no Brasil.
O Youtube já se torna o segundo buscador mais utilizado da rede, atrás apenas do Google (e sim, você leu direito. As pessoas utilizam o Youtube cada vez mais como buscador). O WhatsApp mudou a forma de praticamente todos os brasileiros portadores de um celular de se comunicarem e ensinou às operadoras uma nova forma de se relacionar com seus clientes.
E entre as águas de mudanças internas do Sol em câncer e o inferno astral, as sinapses dos meus neurônios me fazem questionar: será que somos capazes de nos reconhecermos sem as lentes e sem os filtros? Será que sabemos dar o peso correto para a tecnologia nas nossas vidas?
* * * * *
– Seria esse o fim dos tempos?
– Agora caiu o WhatsAPP Web. Ai, Minha Nossa Senhora da Conectividade! Como vive?
O texto acima é de julho de 2018 ou de 2019... parece que já faz tanto tempo! E nesta segunda-feira, 4 de outubro de 2021, revivemos o sentimento de: quem somos nós sem os aplicativos do Zuck?
Como nos comunicamos sem o WhatsApp?
Como interagimos com nossos públicos sem o Instagram?
Como sabemos da vida das pessoas sem o Facebook?
Quanto da nossa comunicação está baseada em uma plataforma nada proprietária!?
Você já parou para pensar como fica seu conteúdo se um dia as redes do Zuck deixarem de existir?
Já se perguntou quanto de seu tempo destina para uma comunicação a partir das redes?
Esse novo blackout, o mais longo da história das quedas das redes de Zuckerberg, nos traz a oportunidade de refletir sobre algo que costumo repetir: REDE SOCIAL É CANAL. É um importante canal, com certeza, mas não é o único e não deve ser a única estratégia de comunicação de uma empresa. A exemplo do WhatsApp, que não pode ser a única forma de se comunicar com seus colaboradores.
– Seria esse o novo momento para nos perguntarmos: quem é dono de quem?
Marcela Barbin é Relações Públicas que gosta de redes sociais, mas reflete constantemente sobre elas. É sócia da Conceito Comunicação.
Fonte imagem: Robert Cheaib - Pixabay
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